Por Tatiana Ferraz, Roberto Fideli, Luis Gaspar e Giselle Freire
Dominique Wolton, um dos mais importantes pensadores do campo da comunicação no mundo, esteve ontem, 5 de junho, na Faculdade Cásper Líbero para a conferência “Como salvar a comunicação”. O evento marcou as comemorações da Pós-Graduação da Faculdade Cásper Líbero por ocasião do aniversário de 70 anos da Instituição. Antes da Conferência, Dominique Wolton conversou com a Profa. Tatiana Ferraz sobre o tema de sua exposição.
Na noite de hoje, 6 de junho, o sociólogo e pensador da comunicação francês faz a conferência de abertura da Compós 2017, com o tema “Comunicação, mídia e política na França e no Brasil”. O segundo conferencista da noite é o professor e sociólogo brasileiro Muniz Sodré, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A entrevista, disponível no vídeo a seguir, está em francês. Na sequência, disponibilizamos a tradução para o português.
Tatiana Ferraz: O que mudou na comunicação desde a última vez que esteve no Brasil, nos últimos anos?
Dominique Wolton: Apesar da revolução técnica da internet, o mais importante é a comunicação humana. A técnica é mais fácil que os homens. É preciso equilibrar a comunicação humana com relação à comunicação técnica.
TF: Estamos menos humanos hoje por causa da internet?
DW: Sim, porque confundimos a velocidade da técnica com a lentidão da comunicação humana. Se queremos que a comunicação tenha um valor de emancipação, é preciso dissociar a informação técnica da comunicação humana. Não existe outra rede: a rede humana é a mais importante. O mais complicado são os homens e a sociedade.
TF: O que podemos esperar da Compós?
DW: A abertura da comunicação. A comunicação é a tolerância. É preciso compreender que, para comunicar, é preciso tempo. Há um conflito entre a lentidão da comunicação humana e a comunicação no futuro. A comunicação humana nunca será tão rápida quanto a comunicação técnica. E, qualquer que seja a rapidez da comunicação técnica, ela nunca irá alcançar a comunicação humana.